terça-feira, 19 de novembro de 2013

O cinza

Portugal é cinza, é negro.
Se alguma vez olharam a volta e viram de que cor são os prédios da cidade, os passeios, as calçadas, as roupas que usamos no Inverno, os carros da cidade, até o metro amarelo esconde cinza, o autocarro, o comboio, a simples mesa do café... tudo é cinza. Como é que podemos ser sorridentes se estamos envoltos no cinza e na depressão. A crise combina com os nossos ideais de vida descolorida, sem nos importar com o calor do sol lá fora enquanto trabalhamos, sem sentir o cheiro da relva acabadinha de cortar no Jardim de Casa e nós preocupados sentados a ver televisão, não escutamos mais o chilrear dos pássaros porque o trocamos pelo barulho da multidão. Devia ser crime não aproveitar a nossa vida... não sentir  e ver o que nos rodeia e dar -lhe cor. Amordaçados no cinza, no negro das madrugadas, das mentes, somos matrecos dos nossos políticos, peões de civilização que há muito perderam o seu império.
Sente-mo-nos junto ao mar e olhemos para o céu, encontremos o Deus ou a luz do nosso Universo interior. Vamos buscar o arco-íris e pinta-lo no chão que pisamos para reflectir sempre a sua cor nas nossas vidas. Vamos grafitar a nossa alma, rabiscos coloridos quimeras de sonhos.
Vamos ser orgulhosos de nós mesmos e da nossa pátria e recordemos que a nossa Bandeira não é Cinza...


CATARINA DINIS 2013-11-14







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