Catarina Dinis
Histórias que
os livros não contam
Índice
o Prólogo
Poemas:
o A Lua e o Sol
o O Amor
o A Natureza e o Mundo
o A Esperança
o A Alma
o A Tristeza e as
Lágrimas
o Os Sentimentos
o O Romance e os Amantes
o Os Beijos
o Quando as tuas mãos acariciavam
as minhas
o Fogo Rosa, Paixão que
Arde
o O Prazer de Amar
o A tua Essência
o Promessas
o Noites Escuras
o As histórias que os
livros não contam
Prólogo
Durante dois dias das férias de
2013 em Candemil... o lugar simples da Natureza única decidi escrever um livro
sobre os sentimentos, sobre as histórias dos sentimentos. Transformei a prosa das histórias em
poesia como magia...
De
início pensei em chamar a estas minhas palavras “Livro dos Sentimentos”, mais
tarde e quando já tinha escrito metade dos poemas decidi alterar para “As
Histórias que os livros não contam” porque os sentimentos não têm uma ordem
correcta, nascem e transforma-se em alma viva.
Catarina Dinis
Candemil, 30 de Agosto de 2013
A
Lua e o Sol
Um espelho pendurado
na parede
Reflecte uma
sombra...
A prateada Lua...
Todas as noites
procura o seu amado...
Em vão...
encontra tudo vazio...
Lugares obscuros
sem ele
Caminhos
intermináveis sem a sua luz.
A escuridão dá
lugar a sua luminosidade
Imponente no seu
trono Celestial
De coração
partido
Esse antigo sol
real
Procura em mil
espelhos encontrá-la
Pergunta ao vento
se a encontrou entre a sua jornada
Mas só
silencio...
Ela e Ele
Paixão e desamor
A noite e a manhã
Caminham lado a
lado
Sem se tocarem
Não podem respirar
o amor de verdade...
Ela e Ele
Escuro e a luz
Lua e Sol
Amam-se por séculos
Desencontram-se
por milénios.
O Amor
Palavras feitas
de sal
Mergulhadas no
oceano prateado
De noites
silenciosas
Sobrevive dentro
de mim
Morre junto dos
teus pés
O amor, o amor, o
amor,
Lágrima,
felicidade,
O amor, o amor, o
amor,
Desespero,
serenidade, ideal,
Meu e teu
Habita nas mãos
de cada um
Sonha na alma
inquebrável
Constrói e
destrói mundos
Move as estrelas
do céu
Faz-me chegar
mais além da Poesia
O amor letras de
ilusão
Que te faz feliz.
A Natureza, O Mundo, O Amor
e... A Poesia
Pintada por
folhas castanhas
Flores douradas,
rodeada de folhas esverdeadas
Assim é a
Natureza,
A força
inspiradora
De poetas que
amam
Eles pintam com
palavras
a mais bela tela.
A Natureza, o
Mundo, o Amor e a Poesia
São mil sois de
amarelo
Riachos
intermináveis
Mas que sempre
chegam ao azul do Março
São sentimentos
humanos
Lágrimas que
nunca param
Mas que sempre
acabam por ceder a felicidade.
És tu e eu
Na mesma letra
Vazios eternos de
amores proibidos
Manhãs cheias de
raios de luzes
Resplandecentes
que entram em tantas janelas
Despertam o poeta
Despertam o ser
Adormecido de
paixão
E escreve
intensamente
Acalmando os
desejos
As fúrias e
medos.
A Esperança
Seu nome foi
escolhido entre retalhos
Do coração e da
alma agridoce...
Cada um a conhece
a sua maneira.
Um dia amou, no
outro
Deixou pedaços de
vidros
Quebrados em teu
caminho
Sabes que te ama
Sabes que não
esperará para sempre...
Seus beijos são
carícias
Que queimam como
fogo
Ou ferem como
gelo
Ela é a Esperança
Feita de utopias
Mas nunca de
mentiras.
A Alma
Algum dia te
levantaste
E sentiste que
não despertaste só?
Há sempre a Alma
no meio da solidão
Que despe o corpo
vazio
E o preenche de
sonhos
A alma sonhadora
Capaz de ser
devastadora
Quando te vai salvar
de ti mesmo
Constrói e
destrói mundos
A Alma é o tudo
ou o nada
A palavra, o
silêncio
O ontem e o
amanhã
Do teu ser.
A Tristeza e
as Lágrimas
Chega como o
abismo
De um céu
perdido,
Abraça os
desgostos de uma alma
Rodeia nossos
corpos...
Essa tristeza,
angustia
Feita de lágrimas
cruéis e fria saudade
Do inalcançável,
Dos exílios do
coração,
Apodera-se como
uma dor incontrolável
Sabe ser sem
viver.
Os Sentimentos
É tudo... é pele
É vazio... é alma
È calma... é dor
É deserto e a
imensidão
De um... de todos
É sentimento
inabalável
É mágoa... é
saudade
É vontade... é
medo
É revolta...
é a serenidade
É a palavra... é
o silêncio
São os
sentimentos que teu corpo não consegue negar
São abismos que
roubam o tempo
São beijos
profanos de segredos
São os
sentimentos que um coração vive.
O Romance e os
Amantes
Era uma vez um
tempo secreto
Em que dois olhares
se cruzaram
Antes de ser
tempo de amar
As horas estavam
erradas
(mas eles não
sabiam)
A rua era errada
(mas eles não
sabiam)
Nada podia evitar
que o olhar se encontra-se
E com ele o
coração deixou de pensar
A noite escura
desistiu de ser medonha
A lua brilhava
como diamante
As palavras eram
sempre acertadas
A paixão chegava
nesse caminho
Seguíamos e
seguíamos
A avenida
cruzamos
O relógio
continuou no seu tic-tac
Éramos amantes
desse momento
Detalhes de nós
mesmos
Caiam pelo chão
Entre beijos tão
fechados
Fomos o que fomos
Vivendo nas
nuvens
Tocando com a
alma no paraíso
Vivemos o romance
infinito
A paixão rosa
fogo
Os amantes do
silêncio.
Os Beijos
Lábios vermelhos
Sedentos de
paixão
Enamorados pelo
desejo
Mostraram os
doces beijos.
São parte de uma
lenda,
São pedaços de
mil outras histórias.
Culpados de te
amar...
Culpados de te
odiar...
Viver com eles
(Vivemos no paraíso)
Viver sem eles (vivemos
em exílio)
Esses beijos
foram batalhas sangrentas de desejo
Foram espinhos no
meu ser.
Beijos que me
mostraram o sabor do mel
E me ofereceram
veneno quando não esperava
Acalmaram meu
ser, e num outro instante
Aniquilaram todo
o meu chão.
Quando as tuas
mãos acariciavam as minhas
Houve um tempo
(e não muito
tempo)
Em que as tuas
mãos acariciavam as minhas
Acariciavam o meu
corpo sedento
Nunca me
preocupei com os instantes
Nunca pensei que
as ia perder...
Imaginava que
esse toque mágico
Veludo azul e
negro
Faziam-me render
a teus caprichos
E por isso,
quando as tuas mãos acariciavam as minhas
Nunca pensava que
um dia iriam ceder ao vazio
Ao frio Inverno,
neve cruel
Essas mãos eram
um mapa de paixão
Viagem com
destino rumo a felicidade
Era o tempo que
não conhecia tempo
E as tuas mãos
acariciavam as minhas
Mal entravas pela
porta
No final do dia
ou no início de uma manhã
As tuas mãos que
acariciavam as minhas
Sabiam o caminho
da minha felicidade
Mas como tudo nas
histórias
Há palavras, há
momentos
Que vão se
apagando das páginas
Assim foram as tuas mãos
que acariciavam as minhas.
Fogo Rosa,
Paixão que Arde
Escrevemos o
nosso amor em nossa pele
Cravejamos o
nosso pensamento com diamantes
de desejos
Sonhos proibidos…
O fogo rosa era
paixão que ardia
Em corações
apaixonados
Tardes perdidas
amando sem fim
Com palavras
coloridas
Sobre os lençóis
da loucura.
Éramos um, dois
Éramos o
silêncio, o desejo
Mas todo o fogo
rosa
Acabou por se
extinguir.
Acabamos por cair
na água
E morremos um
para o outro.
Prazer de Amar
Sabemos seguir o
nosso caminho
Mas continuamos a
ser dois fantasmas
Que não conseguem
esquecer o prazer de amar
Que não conhecem
forma de sobreviver
A esta tormenta
da alma
Amamos, amando
Entrega infinita
no amor
Nas noites em que
o céu era infinito
Nem a chuva
acalmava nossas loucuras
Há uma distância
maior que o Oceano ou o Universo
E ainda assim,
ali estamos
Dentro de uma
redoma
Onde ficamos presos ao
nosso amor.
A tua Essência
Espalhadas pelo
chão
Estavam
habituadas nossas roupas
A esperança de um
amor
Beijava a tua
boca e bebia do teu veneno
Enganava a
solidão
E sem saber já
não vivia
Sem a tua
essência
Sem a tua
fragrância
Sem a tua voz
suave
Fechava os olhos
e completavas-me
Sonhava sem medos
Prendias-me a
cama
Prendias-me a teu
ser
Prendias-me a ti
Sem saber o que era ter
medo.
Promessas
O que são
promessas?
Nada mais do que
falsas palavras
Enredos sem rumo
nem sentido
Criaram-nas para
desorientar o coração
Inquietar a alma
Promessas que não
fazem sentido
Para que existem?
(se não as podes
concretizar)
Se não as podes
viver
Promessas que não
têm regresso
Para que existem?
(se vivem
povoadas de vazio)
Se não podes
torna-las em verdades
Promessas que não
sabem o que é amar
Para que existem?
(se não sabem
esperar pelo tempo)
Se não te levam ao caminho
da felicidade.
Noites Escuras
Noites escuras
povoadas de sonhos
Onde ainda te
espero desesperadamente
Como se não
houvesse mais amanhã
Noites vestidas
do mais negro das paixões
Caminhos sem
sentidos, sem beleza
Sem o luar, sem o
teu calor
Espaço vazio a
meu lado
Outrora ocupavas
com toda a luz
Esse mundo
secreto
Despias-me meu
vestido
Agora nem a noite
escura
Consigo despir da
minha alma
Não há olhares ou
memórias
Passado tão
distante
Refugio-me nessa
noite escura
O que restou da paixão
colorida.
As Histórias
que os Livros
Não Contam
Todos temos
histórias
Palavras
indecifráveis nas Entrelinhas
Todos temos um
momento
Que não se podem
escrever
Mas eu escrevo-te
Transformas-te
meu silêncio em palavras
De dor, de amor,
de lágrimas
De sorrisos, de
desejos, de segredos
de solidão, de
sonhos, de magia
Transformas-te um
coração de pedra
Em carne
verdadeira
Pude sentir, pude
ter as tuas marcas em mim
Pude despertar e
viver
São essas as
histórias que os livros não contam
São essas as
histórias que são nossas
E de todos...
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